Introdução
Pensamos que a Matemática está presente somente nos livros de Matemática, naqueles cálculos usados pelo engenheiro nos projetos e nas atividades que envolvem dinheiro ou, ainda, naquelas relacionadas à medidas. De um modo geral, há muitas outras coisas do dia a dia em que a Matemática está “escondida”. Fazer aquele cálculo de cabeça é o que nos torna, inicialmente, um matemático. Mas, não deve nos bastar somente isto. Devemos sair do “cálculo de cabeça” e avançar, observando nos nossos acontecimentos corriqueiros a Matemática “escondida” e, principalmente, a contribuição dela para o desenvolvimento da cidadania.
Desse modo, nos é importante trazer os conceitos aprendidos e vivenciados à tona de forma a solidificar as bases para a construção de novos conhecimentos e aplicação destes nas áreas de Logística, RH, Administração ou em qualquer outra que se faça necessário. Portanto, é imprescindível resgatar conhecimentos latentes e emergi-los ao novo horizonte que se apresenta.
Uma rápida ida ao Algebrista…
Século XVII: A Universidade de Coimbra acolheu cerca de 35 brasileiros que se diplomaram físicos e permaneceram na Europa, ao invés de voltar ao Brasil e enfrentar as dificuldades daqui. Aqueles que decidiram por voltar tornaram-se conhecidos como cirurgiões-barbeiros, sendo destinados às pequenas vilas, com a responsabilidade do exercício oficial da Medicina, cabendo-lhes o ofício da cirurgia. Já ao sangrador e algebrista cabia-lhes o tratamento de fraturas, luxações e torceduras.
Algebrista?
Isto mesmo! Aquele que era capaz de “reunir as partes quebradas”!
Verbete – Álgebra: Na sua raiz: “Al-jabr” (Álgebra), significa: “força que obriga a restabelecer”, sendo a Álgebra reconhecida como aquela que “força cada termo a ocupar seu devido lugar”.
E o que isto tem a ver com meu dia a dia?
No Rhind Papyrus (1650 a. C.), surge um problema cotidiano:
A Álgebra nos auxilia a juntar estas partes quebradas e resolver problemas cotidianos que surgem.
Iniciamos, então, nossa caminhada pela Álgebra para juntar as partes quebradas e iniciar nosso estudo.
Exemplo de aplicação à Álgebra: Situação Problema
Vamos voltar ao nosso tempo e conhecer a história do Gabriel. Ele está participando de uma quermesse na escola em que estuda e recebeu a missão de preparar duas prateleiras para alocar produtos de venda. Veja:
Resposta do problema:
Prateleira de cima igual a 48 cm.
Prateleira de baixo igual a 49 cm.
Somatória: 48+49=97
Resolvido o problema do Gabriel, percebemos então o “x da questão”!
Há outros “Xs”, “Ys” ou “Zs” que podem gerar outras dúvidas.
As regras mudarão se não nos defrontarmos com o X e sim com o Y?
Não! As regras manter-se-ão as mesmas.
Se alguém lhe perguntar “O triplo de um número é igual a 6.”
Você pode adivinhar que número é esse?”
Não será muito demorado chegar à conclusão que este número é 2.
O bom e velho “cálculo de cabeça” de que falamos há pouco.
Mas, como isto ficaria na linguagem da Álgebra?
3y = 6 (traduzindo: o triplo de um número é 6)
Quem é este número? Y!
Em “algebrez” você pode adivinhar que número é esse? Pode ser traduzido como
Y é uma incógnita. Incógnita? Do latim incognitus “desconhecido, não identificado”.
Em “algebrez”
“O número é o 2”
O que quer dizer equação ?
Trabalhando com X.
Uma equação tem o seguinte aspecto:
3x – 4 = 7 + 2x
E o nosso principal objetivo é resolver a equação de modo a encontrar o valor do ‘x’ (desconhecido nesta fase inicial) e que vai tornar a fórmula correta.
Você vai aprender mais tarde que a resposta correta para este caso é: x = 11
Se substituirmos ‘x’ por 11 na equação acima, teremos: 3 * 11 – 4 = 7 + 2 * 11
O que é o mesmo que 29 = 29
Que é uma frase verdadeira
Equação é a igualdade entre duas expressões matemáticas que se verifica para determinados valores das variáveis envolvidas nas duas expressões.
Então, temos que o resultado de um lado do sinal é igual ao resultado do outro lado do igual.
3x – 4 é igual a 7 + 2x
Na próxima aula iremos avançar e conhecer métodos para solucionar esta equação.
Referências bibliográficas
SILVA, Sebastião Medeiros da; SILVA, Elio Medeiros da; SILVA, Ermes Medeiros da. Matemática básica para cursos superiores. São Paulo: Atlas, 2002-2014. – 30 e.
FONSECA Filho, Cléuzio; História da computação – o caminho do pensamento e da tecnologia; Rio Grande do Sul; EdiPUCRS, 2007