O objetivo deste texto é apresentar as definições e as diferenças entre desenvolvimento sustentável e crescimento econômico, permitindo assimilar e analisar as consequências ambientais provenientes dentre os dois conceitos.
Antes de analisarmos os conceitos e impactos ambientais, precisaremos saber o significado dos seguintes tópicos:
Ecologia: palavra criada em 1866 por Ernest Haeckel, biólogo alemão e discípulo de Darwin, que tem como foco a ciência das relações do organismo com o meio ambiente”
Ecossistema: termo criado na década de 30 pelo ecólogo A.G.Tansley, que tem como premissa: “Reunião de todos os organismos de uma área determinada em sua inter-relação com o ambiente físico, considerando-se os fluxos de energia, as cadeias alimentares e a diversidade biológica”.
Biosfera: camada que envolve a Terra, capaz de manter a vida. É compreendida pela atmosfera, os solos e as águas até o fundo dos oceanos.
Biota: conjunto das espécies que habitam uma região, incluindo desde organismos unicelulares até animais de grande porte.
Impacto Ambiental: qualquer modificação no meio ambiente, adversa ou benéfica.
Poluição Ambiental: resultado das atividades humanas que causam danos ao meio ambiente e à saúde, compreendendo tudo que é indesejável e gerado sob a forma de resíduos sólidos, efluentes líquidos, emissões gasosas, ruídos, odores, radiações ionizantes e não ionizantes, até os aspectos visuais degradantes.
Princípio da precaução: se existe dúvida científica sobre os riscos provocados por uma atividade, empreendimento, processo ou produto, devem ser tomadas medidas destinadas a evitar a concretização de lesões ao meio ambiente ou à saúde pública.
Perante o conhecimento acerca de todos estes tópicos e de acordo com a propagação dos efeitos da poluição no meio físico e na biota, conforme o esquema mostrado na Figura 1, fica evidente que todos os malefícios da poluição no planeta, de qualquer fonte poluidora, convergem sempre para a atmosfera, para o solo ou para a água, direta ou indiretamente e, no final, acabam prejudicam a vida animal.
René Dubos afirmava já na década de 70 que os efeitos globais da poluição necessitavam de um novo posicionamento e frisava que era preciso “agir localmente, mas pensar globalmente”.
Desenvolvimento sustentável e crescimento econômico
Perante à crescente preocupação com as questões ambientais, as empresas passaram a se preocupar com duas questões muito importantes: o Desenvolvimento Sustentável e o Crescimento Econômico. Esses dois fatores precisavam ser desenvolvidos coerentemente para o sucesso da organização.
“Desenvolvimento sem crescimento além da capacidade de regeneração ou suporte do meio ambiente, onde desenvolvimento significa melhorias qualitativas, e crescimento significa aumento quantitativo”
Herman E. Daly em “Beyond Growth”
Estudos indicam que o consumo global de bens e serviços já ultrapassou em 40% a capacidade de regeneração natural do planeta, embora 2 bilhões de seres humanos ainda sobrevivam abaixo da linha da pobreza. Então, se continuarmos seguindo essa linha de desenvolvimento até quando o planeta irá suportar esta situação? A Figura 2 apresenta uma charge que aponta justamente para a condição à que estaríamos levando o planeta em pouquíssimo tempo.
O desenvolvimento sustentável é capaz de suprir as necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade de atender às necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.
Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas, para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.
Pegada ecológica
De maneira resumida, podemos dizer que a pegada ecológica é uma metodologia de contabilidade ambiental que permite avaliar a demanda humana por recursos naturais, com a capacidade regenerativa do planeta.
A pegada ecológica de uma pessoa, cidade, país ou região corresponde ao tamanho das áreas produtivas de terra e de mar necessárias para gerar produtos, bens e serviços que utilizamos no nosso dia a dia. É uma forma de traduzir, em hectares (ha), a extensão de território que uma pessoa ou toda uma sociedade utiliza, em média, para sustentar seu consumo.
Os dados mais recentes sobre a biocapacidade do planeta apontam para 2,1 hectares por pessoa, enquanto nosso consumo já é de 2,7 hectares por pessoa (Figura 3). Isso quer dizer que estamos consumindo cerca de 1,4 planeta e que a Terra precisa de 16 meses para repor o que usamos em 12.
Se continuarmos com um modelo de desenvolvimento como o que temos atualmente, em 2050, quando se estima que seremos 9 bilhões de habitantes, teremos uma dívida ecológica de 24 meses, e ainda não se tem certeza se o planeta, de fato, aguentaria uma pressão deste tamanho.
A Figura 4 mostra quantos planetas necessitaríamos ter nos próximos anos, para manter os recursos naturais consumidos pelo atual modelo de economia de produtos.
De tudo que vimos até agora, podemos concluir que crescimento econômico, como é definido hoje, continuado e infinito, é uma impossibilidade física, já que o planeta é finito e consequentemente os seus recursos naturais também o são. Então, você considera que seria possível ter algo infinito dentro de um sistema finito?
Como conclusão, para conservar o planeta é preciso que as organizações busquem imitar a natureza. Você já se questionou sobre qual a principal diferença entre os processos da natureza e os processos, por exemplo, industriais desenvolvidos pelo homem?
Teremos essa resposta nas próximas postagens!
Referências
BARBIERI, J.C. Gestão Ambiental Empresarial. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
CURI, D. Gestão Ambiental. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.
DIAS, R. Gestão Ambiental – Responsabilidade Social e Sustentabilidade. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2011.
SATO, M.; CARVALHO, I. Educação Ambiental: Pesquisa e Desafios. Porto Alegre: Artmed, 2011.
ROSA, André Henrique; FRACETO, Leonardo F.;MOSCHINI CARLOS, Viviane. Meio Ambiente e Sustentabilidade. 2012.
Sites consultados
AQUECIMENTO GLOBAL. Disponível em: <www.aquecimentoglobal3b.blogspot.com>. Acesso 12/11/2015.
BIOCAPACIDADE DO PLANETA. Disponível em: <www.geo-mexico.com>. Acesso em 12/11/2015.
CONSUMO DE RECURSOS NATURAIS NA ATUALIDADE. Disponível em: <www.being-here.com>. Acesso em 11/11/2015.