Neste texto, apresentamos como um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) pode agregar valores à imagem da empresa.

Sistema de Gestão Ambiental (SGA)

A gestão do meio ambiente em uma empresa deve estar bem integrada com os demais setores que regem seus negócios. A Figura 1 ilustra, de um modo coerente, ser preciso que ambos, meio ambiente e empresa, caminhem em comum acordo para os processos poderem ocorrer sem prejuízos a qualquer um dos lados.

Evidentemente, medidas pontuais de controle e prevenção de poluição têm o seu mérito, mas não chegam a formar uma gestão ambiental sólida. Apenas na década de 1990 é que foi inaugurado um novo modelo de administração das questões ambientais e esse conceito ficou conhecido como Sistema de Gestão Ambiental (SGA), no qual o foco é voltado à criação de funções administrativas e operacionais para diminuir ou impedir impactos sobre a natureza.

Um SGA pressupõe não somente soluções pontuais, mas sim uma sistematização em toda a empresa, com a criação de normas e objetivos de monitoramento contínuo. Essa gestão não é focada, é concentrada em departamentos específicos, pois as preocupações passam a ser de toda a empresa.   

O principal objetivo do SGA é melhorar o desempenho econômico e ambiental das empresas, diminuindo a demanda por recursos e aumentando a produtividade.

Quando uma empresa recebe uma certificação ambiental, ela demonstra à sociedade que a sua política ambiental não serve apenas de fachada, além de ganhar credibilidade e melhorar, consequentemente, a sua imagem perante o público.

Para a implantação de um SGA, existem diretrizes nacionais e internacionais, mas cada empresa deve definir suas próprias características no sistema de gestão e para ser eficiente deve envolver uma reestruturação do planejamento empresarial, tornando os processos mais ecoeficientes, além da criação de programas de conscientização ambiental e treinamento técnico para orientar todos os colaboradores através da estimulação responsável no trabalho e em casa.

A Figura 2 representa a preocupação da evolução ambiental, analisadas no histórico do gerenciamento ambiental, segregando as principais angústias da década entre os anos 1950/1960, em que a principal preocupação era focada somente onde seriam depositados os resíduos, sem se incomodar com toxicidade ou a queima de combustíveis. Já na década entre 1970 e 1980, as empresas iniciaram os processos de reaproveitamento dos resíduos para gerar, internamente, novas fontes de energia e o seu tratamento antes do descarte contribuindo, assim, com a redução de compostos químicos dos rejeitos no ar e no meio ambiente. E, por fim, a figura mostra que a partir da década de 90, as empresas começaram a se preocupar com o conceito de prevenção de resíduos tóxicos, que pode ser contemplado através da integração total da responsabilidade na estrutura empresarial.

As reduções nos custos de energia, água, matérias-primas e outros alcançadas por meio de uma boa gestão ambiental são, tradicionalmente, lançadas a crédito de outros departamentos. 

Contribuições do tema Meio Ambiente para a competitividade da empresa

A Gestão Ambiental consiste em um conjunto de medidas e procedimentos bem definidos que, se adequadamente aplicados, permitem reduzir e controlar os impactos introduzidos por um empreendimento sobre o meio ambiente.

Também permite melhoria do preço de venda dos produtos e serviços que utilizam em seu marketing a imagem ambiental como fator de desvalorização.

A correta gestão dos insumos e matérias-primas leva à redução de custos de produção.        

O ciclo de atuação do SGA deve cobrir desde a fase de concepção do projeto até a eliminação efetiva dos resíduos gerados pelo empreendimento depois de implantado e durante todo o período de funcionamento. 

Sistema de gestão ambiental (SGA) objetivando a melhoria contínua

Para garantir a melhoria contínua na gestão ambiental, a empresa deve seguir algumas diretrizes apresentadas no fluxograma da Figura 3. 

Ao estruturar um SGA, deve-se começar pelos compromissos inerentes à Política Ambiental que serão assumidos pela empresa. Em seguida, é preciso assegurar que suas atividades atendam à legislação vigente e aos padrões estabelecidos pela organização.

Deve-se estabelecer e manter um diálogo permanente com seus colaboradores e a comunidade, visando o aperfeiçoamento de ações ambientais conjuntas. Também é preciso educar e treinar, continuamente, seus colaboradores para atuarem sempre de forma ambientalmente correta, além de exigir de seus fornecedores produtos e serviços com qualidade ambiental compatível com a de seus próprios produtos e serviços.

É importante desenvolver pesquisas e patrocinar a adoção de novas tecnologias que diminuam os impactos ambientais e contribuam para a redução do consumo de matéria-prima, água e energia.

Os requisitos para que um SGA esteja em conformidade com as normas ISO 14000 se baseiam, além da política ambiental, na existência de um módulo de planejamento, implementação e operação dos programas, verificação dos resultados alcançados, ações corretivas necessárias e análise crítica do sistema pela alta administração.

Por fim, a empresa deve assegurar-se de que seus resíduos são transportados e destinados corretamente e em segurança, de acordo com as boas práticas ambientais, a legislação e as normas aplicáveis.

A Figura 4 mostra, de forma resumida, todo esse conjunto de procedimentos e informações básicas para a elaboração de um SGA.

A Figura 5 mostra o fluxo de relacionamentos externo da empresa, no qual é preciso distribuir e receber informações do setor tecnológico, estar sempre atento à sua imagem perante a sociedade, checar constantemente as imposições de controle ambiental e garantir a qualidade e o preço do produto no mercado, visando manter a sua competitividade. 

Para manter o equilíbrio (sensível) no relacionamento, a empresa deve:

• Expressar, claramente, seu compromisso com a qualidade ambiental, tornando públicos os princípios estabelecidos em sua política ambiental;
• Pôr à disposição dos interessados seus objetivos e resultadas do SGA;
• Ter comprometimento e competência na solução de seus problemas com resíduos e controle de suas fontes de poluição;
• Agir com colaboração e honestidade no trato com autoridades ambientais;
• Ser cooperativa com autoridades, órgãos de defesa civil e associações comunitárias, no controle de acidentes e ocorrências em que sua experiência possa ser requerida e utilizada;
• Passar informações aos consumidores e processadores sobre os riscos no uso e na disposição do produto adquirido e sua respectiva embalagem;
• Elaborar e divulgar planos de contingência para casos de acidentes;
• Ter um relacionamento franco e objetivo com as comunidades vizinhas. 

Importância da gestão ambiental

Uma gestão ambiental eficiente agrega valor à imagem da empresa, pois um mau desempenho ambiental tem efeitos danosos sobre a sua imagem. Mas mesmo com todas essas evidências, a gestão ambiental ainda é vista como um custo e não como um gerador de receitas às empresas. Você conseguiria dizer o porquê disso? Que tal discutirmos isso no Fórum?

Além disso, vamos discutir também os seguintes assuntos:

• Por que o SGA deve ser parte do sistema de gestão global da organização?
• Por que no SGA deve estar incluída a gestão dos recursos hídricos e energéticos utilizados pela organização?
• A segurança e a higiene do trabalho devem estar, também, integradas ao SGA, por quê?

Referências

BARBIERI, J.C. Gestão Ambiental Empresarial. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

CURI, D. Gestão Ambiental. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.

DIAS, R. Gestão Ambiental – Responsabilidade Social e Sustentabilidade. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2011.

SATO, M.; CARVALHO, I. Educação Ambiental: Pesquisa e Desafios. Porto Alegre: Artmed,2011.

ROSA, André Henrique; FRACETO, Leonardo F.;MOSCHINI CARLOS, Viviane. MeioAmbiente e Sustentabilidade. 2012.